História
Criada no dia 30 de janeiro de 2005, para dar dignidade, espaço e representatividade ao escritor da Capital e do interior, a Academia Goianiense de Letras resgata uma ideia surgida há 30 anos, de alunos de Anápolis que estudavam em Goiânia.
O objetivo da Academia é dar identidade cultural para o escritor, para que a sociedade entenda a presença da AGynL na vida do autor: ele dedica horas preciosas de seu tempo para o ato de criar e produzir, às vezes até com sacrifícios ao convívio com a família, não sendo reconhecido em seu papel.
Como não tem nenhum apoio, surgiu a preocupação em criar a entidade para garantir que a sua obra seja eternizada, não fique esquecida com o desaparecimento de seu autor; e como o escritor não tem profissão regulamentada, a Academia vem proteger a sua obra, garantir-lhe um espaço. Pela primeira Academia, criada na França pelo cardeal Richelieu, já passaram mais de 700 escritores.
O primeiro presidente da nova entidade, Emidio Silva Falcão Brasileiro atua em várias frentes: conseguir sede para instalar a Academia. Torná-la de utilidade pública – o projeto, do deputado Daniel Messac já tramita na Assembléia Legislativa do Estado, a partir de iniciativa do deputado licenciado Mizael de Oliveira, o que facilitará o repasse de verbas para a sua manutenção e outras atividades – e criar um prêmio para os escritores que foram destaque no ano anterior, abrangendo os diversos segmentos, para entregar o troféu em noite festiva, a exemplo do Oscar para o cinema.
Como surgiu
Baiano de Irará, 43 anos, casado, há 19 anos em Goiás, professor de Direito na Universidade Católica de Goiás e na Universidade Paulista (Unip), autor da maior pesquisa sobre comportamento sexual já feita no Brasil, que foi divulgada no programa “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão, com repercussão na imprensa nacional e internacional, como o “The New York Times”, Emidio Brasileiro ganhou em 2004 o título honorífico de “Cidadão Goiano”.
Agradecido com a honraria, decidiu retribuir, iniciando um trabalho pelo escritor, ele que é autor de 13 livros e vários estudos sobre comportamento, surgindo como proposição a criação da Academia Goianiense de Letras. Pesquisando na internet descobriu que há 30 anos um grupo de anapolinos que estudava em Goiânia – entre eles Mário Martins, que hoje mora em Palmas, TO, e já integra a nova Academia – organizou uma entidade com esse nome, curiosamente com sede em Anápolis, que não foi registrada e os estudantes acabaram se dispersando, deixando-a de lado. Novamente uma cidade do interior fez a idéia evoluir: em contato com dois escritores, Cláudio de Castro e José Donizete Fraga, da Academia de Letras de Aparecida de Goiânia, decidiram pela criação da nova entidade.
Com o estatuto pronto, baseado na pioneira Academia Francesa, e de início com oito sócios fundadores, decidiram rever o documento e tomar duas definições: que para ser membro a pessoa teria que ter obra publicada e residir em Goiânia há cinco anos. Fixando o quadro social em 40 membros, começaram a escolher os demais 32, de praticamente todas as atividades, com a indicação de nomes e a respectiva seleção.
Convite aceito, cada membro escolheu o seu Patrono entre pessoas que o influenciaram em sua carreira ou que tivesse sido uma personalidade marcante para Goiânia, como no caso de Pedro Ludovico Teixeira, e a partir daí escrever sobre ele. Outra decisão é que a Academia não será fechada e nem restrita apenas aos seus membros, já abrindo oportunidade a que todos possam se inscrever, apresentando seu trabalho – livro, música, artigo etc. – e criando a figura do sócio correspondente, que resida em outra cidade.
A viúva de Roberto Marinho, Lili Marinho, que acaba de lançar um livro contando sua história ao lado do falecido jornalista, que mora no Rio de Janeiro, aceitou ser sócia correspondente da Academia. Decidiu, ainda, que não será permitida reeleição – “é para abrir oportunidade aos demais para que também dêem a sua contribuição”, disse o Presidente.