CAPÍTULO I

NO PRINCÍPIO

A Academia Goianiense de Letras (AGnL) nasceu em 2005, do anseio de escritores goianienses que buscavam valorizar a literatura brasileira produzida em Goiânia, a cultura e a arte em forma de letras. Este memorial é um resgate da história da AGnL desde sua fundação, em 2005. É com muita honra que esta gestão 2025-2029 organiza um resgate da memória de homens e mulheres que valorizam Goiânia e seu povo.

As ações da AGnL são registradas desde a sua fundação, no entanto, somente após a aprovação do Projeto Trajetória, Voz e Memória, pela Secretaria de Cultura do Estado de Goiás, Edital/2024, por meio da Política Nacional Aldir Blanc, foi possível torná-lo uma realidade.

Há diversas versões a respeito da fundação da AGnL: segundo seu presidente-fundador, Emídio Silva Falcão Brasileiro, os estudantes de Direito de Anápolis começaram a organização da Academia Goianiense, na década de 1970, mas não a concluíram ou formalizaram. 

Conta o escritor Geraldo Coelho Vaz que na década de 1990, tanto ele quanto Bariani Ortêncio se reuniram para dialogar a respeito da necessidade de se ter uma Academia Goianiense de Letras, tendo este projeto ficado em seus corações, mantiveram acesa a chama dos goianienses para uma valorização da literatura brasileira produzida em Goiânia.

De acordo com Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro, também fundadora, quando foi professora de Metodologia Científica do curso de Letras de uma reconhecida faculdade em Aparecida de Goiânia, estimulou os acadêmicos a escreverem livros. No ato de ensinar a escrever artigos científicos, estimulei os alunos a escreverem livros. 

Neste ato, um dos alunos era o escritor José Donizete Fraga. Perguntou se em Aparecida de Goiânia havia Academia de Letras. Diante da negativa, estimulou a fundar uma. Chegando em casa, comentou com Emídio que nem Aparecida nem Goiânia possuíam academias próprias. Pouco tempo depois eles se reuniram e começaram a articular a fundação das academias, que foram três: Academia Aparecidense de Letras, Academia Goianiense de Letras e Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás. 

Emídio pesquisou a respeito dos modelos de Academias de Letras, tais como a francesa, a brasileira e a goiana, e começou a construir o melhor estatuto para registro em cartório.  Então, aos trinta dias do mês de Janeiro do ano de dois mil e cinco, com início às dezoito horas, na Rua T-37, No. 3832, Ed. Capitólio, Salão de Reuniões, Setor Bueno, Município de Goiânia, Estado de Goiás, realizou-se a primeira Assembleia Geral da ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS. Presidiu a sessão o Escritor Emídio Silva Falcão Brasileiro. Registrou-se a presença dos seguintes escritores: Emídio Silva Falcão Brasileiro, Cláudio de Castro, José Donizete Fraga, Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro, Alziro Zarur Manoel Rodrigues, Roberto Wilson Torres de Meneses, Luís Gonzaga de Alvarenga, Kléber Oliveira Veloso, Laudelina Inácio Antunes. Após uma prece proferida pela Escritora Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro, o Escritor Emídio Silva Falcão Brasileiro deu abertura aos trabalhos, explanando sobre o interesse de todos os presentes em estarem fundando uma instituição sem fins lucrativos, de cunho literário, artístico e cultural, e que contemplasse as diversas atividades realizadas por uma entidade cultural. 

Ato contínuo foram exaustivamente discutidos, por todos os presentes, vários temas relativos à criação da instituição, ficando decidido por consenso a fundação da ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS; em um segundo momento a mesa diretora apresentou aos presentes o Projeto/Estatuto, elaborado anteriormente; após inúmeras discussões foi aprovado por unanimidade o Estatuto da ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS, nos termos e disposições determinados pela plenária. Encaminhando os trabalhos, cumprindo a pauta prevista, o presidente da sessão, Escritor Emídio Silva Falcão Brasileiro, declarou aberto o processo eleitoral solicitando aos presentes a inscrição de pretensas chapas para concorrer ao pleito. Findo o prazo para a homologação das chapas, apenas uma foi formada e concorreu à eleição. Por aclamação verbal foi eleita e empossada a diretoria que irá administrar a ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS, para cumprir mandato de dois anos conforme disposto no Estatuto. Segue a composição da Diretoria Executiva:

 

 

 

 

Fonte: acervo de Marislei Brasileiro

Nos primeiros anos, as reuniões da Academia Goianiense de Letras aconteceram no salão de festas do Ed. Capitólio, no Setor Bueno, residência dos fundadores.. 

OS PRIMEIROS CONVITES DE POSSES

Em janeiro de 2005, o então presidente Emidio buscou elaborar uma marca criativa para a AGnL, culminando no convite de posse.

As posses foram em 06 de novembro de 2006, na Câmara Municipal de Goiânia.

 

 

 

 

 

 

 

 


A BUSCA POR UMA SEDE PRÓPRIA

Em 20 de março de 2005, os fundadores buscaram apoio do então governador Marconi Perillo, em um encontro no Palácio das Esmeraldas, para que a AGnL tivesse uma sede própria.

 

 

 

Estiveram presentes: Emídio e Marislei Brasileiro, Aidenor Aires, Mauro Pereira, Laudelina Inácio, Osmar Pires, Claudio de Castro e José Donizeth.

Fonte: acervo de Marislei Brasileiro

Após a chegada do Governador, o presidente da Academia, Emídio Brasileiro, entregou-lhe ofício-convite, no qual, por unanimidade, a Academia o convidava para ser o patrono da Academia Goianiense de Letras. Após breve introdução acerca da cultura em Goiás, o Governador aceitou o convite, declarando-se deveras lisongeado. Ato seguinte, Emídio expôs o contentamento do colegiado da Academia em tê-lo, o governador, como patrono. Em seguida, Emídio ponderou ao governador que precisávamos, de forma urgente, de uma sede própria. Incontinenti, o governador se prontificou a conseguir sua viabilização, declarando que já podíamos olhar o imóvel que melhor conviesse à nossa sede, que ele viabilizaria sua aquisição. Passo seguinte, Emídio ponderou ainda que precisávamos, também, de sua intercessão no sentido de patrocinar os custos de nossa Sessão Solene de Posse. 

Também dessa vez, o governador se prontificou a nos atender, declarando ainda que seria interessante ocorrer a Sessão solene de Posse, já na nova sede social, o que teve a aprovação geral. Neste momento, a deputada Laudeni Lemes lembrou ao governador do projeto de sua autoria, que transforma o Palácio das Esmeraldas em museu. O governador assentiu e declarou aos acadêmicos que, quando da transformação do palácio em museu, ele poderia também nos ceder um espaço no citado museu, para a destinação que quiséssemos. Estando todos acordados no tocante a todos os pleitos formulados pela Academia, o governador despediu-se e retirou-se do recinto. 

Nas semanas seguintes, procuraram-se muitas casas no centro de Goiânia, não havendo êxito. 

A POSSE DOS ACADÊMICOS

CRIAÇÃO DO SITE DA ACADEMIA GOIANIENSE DE LETRAS

Fonte: O site foi elaborado pelo membro correspondente Luiz Pimentel (Rio de Janeiro).

O site <https://www.academiagoianiense.org.br/> é um espaço criado para manter viva a história da Academia Goianiense de Letras.

CRIANÇÃO DA IDENTIDADE DOS ESCRITORES DA AGnL

Cada escritor da AGnL tem sua carteira de identidade especialmente elaborada para valorizar seu papel na sociedade goianiense. 

Fonte: acervo de Marislei Brasileiro

REGISTROS EM JORNAIS LOCAIS

Assim relatou o jornalista Rogério Borges – Atrás de uma sede está a Academia Goianiense de Letras, fundada no ano passado. Presidida pelo escritor e professor Emídio Falcão Brasileiro,a entidade surgiu depois que um grupo de pessoas reavivou a ideia da instituição,que havia sido cogitada pela primeira vez nos anos 1970. “Naquela época,um grupo chegou a se reunir,mas de uma maneira informal,sem estatuto algum.”Atualmente,a academia está em fase de organização e seus membros ainda não tomaram posse oficialmente. Emídio pondera que Goiânia já é uma cidade de grande porte e que estava merecendo a constituição de sua própria academia de letras. “Havia algumas resistências quanto a isso.Mas acho que ela se justifica por ser um local que protege o escritor.Muitos autores ficam isolados em seus nichos e não se reúnem. O escritor precisa dessa chance de compartilhar seu trabalho”,justifica.

A Academia Goianiense de Letras tem 40 membros efetivos e 31 integrantes que atuam como correspondentes em outros Estados e também no exterior.Nessa categoria há gente ilustre,como Lili Marinho,viúva do empresário Roberto Marinho.Outro membro correspondente é o empresário Urival Oderdenge,que escreveu os livros Conhecer a Si Mesmo é o Caminho da Paz e Sou Seu Melhor Amigo.Em uma recente entrevista a um programa de TV da capital,Orival se intitulou “o primeiro escritor analfabeto da história”. Em conversa com O POPULAR, Urival confirmou que sempre diz isso em público e justificou:“Eu tenho pouca escolaridade e não gosto de enganar as pessoas sobre isso.Eu trabalho com a verdade”.O empresário explicou que escreve seus livros e que uma professora de português revisa seus textos.Ele acrescenta que nunca passou por sua cabeça a hipótese de isso poderia soar mal,já que é integrante de uma academia de letras.“Mas se isso acontece,eu paro de falar.”Urival foi indicado à academia pelo Conselho Regional de Administradores e sua obra foi avaliada antes de sua inscrição ser aceita.

A ideia dos concursos 

Emídio tem planos para a Academia Goianiense, como lançar concursos literários.Para isso,ele deve evitar os imbróglios que envolvem a Academia de Letras de Aparecida de Goiânia, entidade em que também é membro.Por problemas de estatuto,das 40 vagas disponíveis,apenas 16 foram preenchidas até agora.“Escritor não falta”,jura Emídio. Em situação mais confortável,com sede própria e tradição no meio cultural goiano,a Academia Feminina de Letras, Ciências e Artes de Goiás (Aflag) tem biblioteca infantil e adulta aberta para consulta e promove eventos culturais, como saraus.“Nós nunca ficamos paradas.

Esse dinamismo é uma característica da mulher”,acredita a escritora Augusta Faro,presidente da entidade. Quanto a publicações,porém,a Aflag é tímida.Sua revista não tem uma periodicidade definida.Os intervalos entre uma edição e outra variam entre dois e três anos.Número reduzido para uma instituição que abriga tantas escritoras.“A situação melhorou no governo Marconi,mas ainda temos alguns problemas com verbas”,explica Augusta. Propósitos: 

A lista de academias de letras pelo Brasil é quase interminável.Algumas instituições se dão ares de representatividade nacional.Uma delas é a Academia de Letras do Brasil (ALB), com sede em Roraima.Surgida a partir do Conselho Nacional das Academias de Letras do Brasil (Conalb),a ALB,a despeito de trazer no próprio nome a indicação de ter uma vocação para se ater à literatura,conta com um leque enorme de preocupações,algumas até um tanto inusitadas. Entre as causas que encampa estão a erradicação da fome no mundo,o protesto contra demarcação de terras indígenas em áreas urbanas,o plantio de árvores frutíferas e a preocupação com o estado da coluna vertebral dos trabalhadores que carregam peso excessivo,como carregadores de paralelepípedos.Seu presidente,Mário Carbajal,frisa que “a alma da instituição” não é composta por seus membros e sim pelas ações que a entidade desenvolve junto à população.Fundada em 2001,a ALB tem 80 membros no Brasil e 18 no exterior,escolhidos pelos próprios integrantes. 

Essas pessoas comprovam ser escritores e,havendo cadeira vaga para aquela localidade,são diplomadas.” Um levantamento não oficial da ALB calcula em 218 o número de academias de letras no Brasil,dado que está longe de ser confiável,já que na lista da entidade faltam instituições,algumas de Goiás.Há ainda academias de letras indígenas em Estados da região Norte e também em São Paulo,Santa Catarina e Rio de Janeiro.Agremiações religiosas,como entidades espíritas,e classistas profissionais,como a dos médicos, possuem suas próprias academias. 

Há entidades semelhantes dedicadas à literatura de cordel,aos trovadores,aos maçons,aos jornalistas e até aos “poetas alternativos”.O fato é que um escritor sempre deseja que seu trabalho perdure e que seu nome passe para a posteridade. Daí o desejo de se tornar,mesmo que apenas no título,um imortal.As academias de letras exercem esse fascínio sobre os artistas.Se sentar em uma das cadeiras de instituições como essas significa conquistar status,inflar egos e aplacar vaidades.Posição digna de quem não pretende morrer nunca.

ATUALIZAÇÃO DO ESTATUTO

Em 2010, segundo a ata da Assembleia Geral da Academia Goianiense de Letras realizada aos vinte e três dias do mês de outubro do ano de dois mil e dez com a seguinte pauta: alterações no estatuto da Academia Goianiense de Letras, conforme o Edital de Convocação do dia 09 de outubro de 2010, publicado no jornal Diário da Manhã. Aos vinte e três dias do mês de outubro do ano de dois mil e dez, com início às 20 (vinte) horas, na rua T-37, N. 3832, Ed. Capitólio, Salão de Reunião, no Setor Bueno, Município de Goiânia, Estado de Goiás, realizou-se a Assembléia Geral da Academia Goianiense de Letras. Presidiu a sessão a acadêmica presidente Maria Luísa Ribeiro Neves. Registrou-se a presença dos acadêmicos infra-assinados. A escritora Maria Luísa Ribeiro Neves deu abertura aos trabalhos, apresentando um breve relato da atual gestão. 

Ato contínuo a assembléia aprovou por unanimidade as seguintes alterações do Estatuto da Academia Goianiense de Letras: a) o uso de correio eletrônico (e-mail), edital na página da Academia Goianiense de Letras (www.academiagoianiense.org.br), ofícios, circulares, como meios de comunicação interna para convocação de assembléias ordinárias e extraordinárias ou eleição de membros da diretoria, ficando abolida exigência de publicação de edital em jornal de grande circulação; b) a duração de mandato da atual diretoria e das próximas diretorias será de quatro anos com direito a reeleições; c) os membros correspondentes passam a ter direito a participar de reuniões, a partir das próximas, com direito a voz e votos, neste caso, não poderão votar em eleições para membros titulares, mudança de estatuto e eleição de diretoria executiva; d) todo membro titular, residindo ou não em Goiânia terá direito de participar do Conselho fiscal. 

LANÇAMENTO DE LIVROS

Fonte: acervo de Marislei Brasileiro

Bariani Ortêncio, Emídio Brasileiro e Marislei Brasileiro, durante o lançamento do livro do anfitrião, em sua residência. Goiânia – Goiás – 2016.

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